Vidas destruídas
A água no Gana
‘As vezes, não como. Assim, meus netos podem beber água.’ Hawa
Hawa vive na capital Ganense, mas tem pouco acesso à água. E o preço da água continua a aumentar, porque o Banco Mundial e o FMI insistem na privatização da água em troca de ajuda de cooperação.
O preço foi aumentando para atrair o investimento privado. Porém, as empresas privadas não têm obrigação de investir nas áreas mais pobres.
O algodão no Quénia
‘Que tipo de eficiência deixa milhares de agricultores improdutivos, as famiílias passando fome e os pais sem condições de enviar as suas crianças para a escola?’ - Susie Ibutu
Susie Ibutu trabalha com agricultores pobres no Quénia. As reformas económicas impostas pelo FMI provocaram o colapso espetacular da indústria de algodão do Quénia. O governo eliminou as tarifas sobre as roupas importadas e cortou o apoio drásticamente.
Em 2000, o algodão valia menos de cinco por cento do seu valor nos anos 80.
Cebolas no Senegal
‘Quando voltamos do mercado, o coração fica despedaçado pela dor. O dinheiro que recebemos não compensa o nosso trabalho no duro.’ -Bolo Sy
Os meios de vida de Bolo Sy foram destruídos. Agricultora de cebolas no Senegal, ela não pode mais concorrer no mercado local com as cebolas importadas subsidiadas da Holanda.
As regras internacionais do comércio não permitem ao governo senegalês a opção de proteger o seu mercado e dar subsídios aos agricultores locais.
Arroz nas Honduras
‘Houve uma época em que tudo isso era arroz, até onde a vista alcança. E assim eu quero que seja novamente.’ - Maria Marcos Riveira
No começo dos anos 90, Honduras produzia 50.000 toneladas de arroz por ano. No ano 2000, diante da maciça concorrência das importações, o país produziu apenas pouco mais de 7.000 toneladas. A central de comercialização do governo mantinha um sistema de apoio de preços para os arrozeiros hondurenhos e também controlava as importações. Entretanto, este sistema foi reestruturado nos anos 90 como uma das condições para o acordo de ajuste estrutural com o Fundo Monetário Internacional e como o Banco Mundial. A consequência foi que nos últimos dez anos, o arroz hondurenho vem competindo com as importações de arroz altamente subsidiado dos Estados Unidos. Um a um, pequenos agricultores pobres, como Maria Marcos Riveira, largaram a produção de arroz e voltaram para a agricultura de subsistência.
O que é verdade para o algodão no Quénia, cebolas no Senegal, a água no Gana e o arroz nas Honduras, também é verdade para milho, café, leite, legumes e tantos outros produtos nas aldeias e comunidades nas regiões mais pobres do mundo.
O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) impõem reformas económicas arriscadas e não testadas, por meio de condições ligadas ao perdão da dívida e à ajuda de cooperação. Pressionam os países a cortar as despesas públicas, a abrir os seus mercados às importações e aos investimentos, cortar subsídios e privatizar empresas estatais e serviços públicos.
Muitos países pobres também precisam da aprovação do FMI para conseguir ajuda de outros países, o que permite uma enorme influência do FMI nos bastidores das negociações.
Os governos, particularmente os governos dos países ricos, devem impedir o Banco Mundial e o FMI de impor políticas comerciais aos países pobres.
Recentemente, houve um número crescente de acordos de livre comércio negociados entre países e por dentro de regiões. Por exemplo, a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), o Acordo de Livre Comércio da América Central (CAFTA) e os Acordos de Parceria Económica,entre a União Europeia e os países da África, o Caribe e o Pacífico.
Geralmente, esses acordos são entre países com níveis de desenvolvimento económico muito diferentes, e têm muito pouco a ver com a redução da pobreza. São tentativas mal disfarçadas da OMC de avançar a agenda da liberalização mais rapidamente.
Os governos, particularmente os governos dos países ricos, devem parar de procurar obter Acordos de Livre Comércio que elevem os interesses das empresas a cima das necessidades e direitos do povo e das comunidades.
Fim ao dumping de produtos agrícolas. Cada ano, os países da OCDE dão bilhões de dólares a seus agricultores. Os produtos são vendidos nos mercados dos países em desenvolvimento a preços menores dos custos de produção. Isso obriga os produtores locais a baixarem seus preços para poder concorrer, o que provoca efeitos devastadores sobre a economia dos países em desenvolvimento.
(in http://www.april2005.org/media/pt/index.html
Na verdade, a hipocrisia do mundo dos ricos, extende-se até aos limites do irracional, para que possam continuar a manter os luxos e fortunas, jogam-se os interesses do grande capital, através de organizações tidas como sérias, o caso do FMI.
Não passa tudo de um grande jogo de interesses, os grandes excedentes da indústria ocidental, precisam de mercados e para lá penetrar, o jogo de bastidores e chantagem é feito com recurso a instituições internacionais, sem olhar a meios para atingir os fins.
Aínda, que custe o empobrecimento e a vida de milhões de seres humanos!
4 comments:
Oh those poor children - pobrecitos!
Dói.
Terribles y desgarradoras verdades! La injusticia del mundo! Las víctimas inocentes!
Es muy conmovedor todo lo que aquí nos cuentas.
Un saludo desde Colombia.
Es muy bueno que alguien que vive en Europa sea consciente de lo que significan los tratados de libre comercio, el FMI, el Banco Mundial, etc.
Felicitaciones.
Un abrazo desde Argentina.
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